ESTÁTICA E MOVIMENTO

14 de março de 2010

FASES… III

Mais uma notícia, desta vez no Jornal de Noticias de 13 de Março de 2010, me chamou a atenção.

O assunto não é o “bullying” mas sim a indisciplina na sala de aula.

A intenção até seria louvável se o prisma sob o qual foi analisada não tendesse para o lado do professor…

Afirmo que não estou contra os professores. Estou sim contra quem só tende a ver os problemas como se eles fossem sempre do Professor.

Como exemplos – que não são únicos – bastará pensar no número de vezes que algum jornal escreve sobre os bons alunos que estão em escolas públicas e têm como colegas de turma alunos indisciplinados e são por eles muitas vezes prejudicados, ou pensar no número de vezes que se ouve falar em indisciplina nas turmas dos colégios privados, que existe, mas é sistematicamente escondida…

Na verdade a esmagadora maioria das pessoas ligadas à Educação tende a lembrar alguns problemas, normalmente os que lhe são mais próximos, e a esquecer outros, que não lhe trazem benefícios ou incómodo. A par deste facto os quem têm mais influência na comunicação social vêm os seus problemas transcritos nas páginas dos jornais ou relatados nos telejornais ou nas grandes reportagens televisivas, de forma mais fácil e da forma que mais lhe convém. Os alunos e os encarregados de educação estarão no final dessa escala de influências.

Esclareço que não estou a falar dos alunos que causam os problemas… esses não querem saber de mais nada a não ser divertir-se e criar problemas! Por isso quanto mais anónimos ficarem, melhor… Nem falo dos Pais ou Encarregados de Educação dos alunos que causam problemas, pois esses não querem saber dos filhos para nada e recusam na esmagadora maioria das vezes responsabilidade pelos actos que eles comentem! Falo dos alunos normais, com comportamento normal, que frequentam as aulas para aprender e são muitas vezes prejudicados nessa intenção por alunos cujos objectivos passam por desestabilizar as aulas

São esses os que mais sofrem na pele as consequências da indisciplina. Não quero dizer que os professores e demais intervenientes na escola não sofram… Mas não são os alunos o único motivo para a existência da Escola?

A tal notícia do JN lembra a questão da indisciplina, na vertente do que ela é capaz de provocar nos… Professores! Esquece os alunos, entre outros protagonistas existentes nas Escolas…

Nela fala-se nos sindicatos de professores, que se limitam a fazer o seu papel, embora não seja a puxar a “brasa para a sua sardinha” que melhor defendem os interesses dos seus associados. Cá esta mais um exemplo da tentativa de mudar de “fase” a que aludi no texto com o titulo “fase II”.

Olhando para o conteúdo do artigo, nomeadamente para o que não é dito, poderíamos dizer que não interessa se os alunos se “matam à estalada” nos recreios… ou se os alunos respondem “mal e porcamente” aos auxiliares de acção educativa” seja nos corredores, seja na cantina, seja nos serviços de secretaria… Interessa é debater “a falta de condições de trabalho”! Será que se quererá dizer: falta de condições de trabalho, nos recreios???

Expliquem-me lá, com um desenho se for preciso, como é que a falta de condições de trabalho – sejam lá o que isso signifique – influencia o exercício da disciplina nas escolas, nomeadamente nas salas de aula ou nos recreios! Só se for pela ausência do aquecimento central nas salas no inverno ou ar condicionado no verão, que pode provocar stress nos alunos e professores…

Curiosos são os conselhos dados no artigo! Diria até que se aproximam bastante do ridículo, ultrapassando o conceito de bom humor que poderia também se invocado. “Contratos pedagógicos” e “acertar regras”!!!

Arre diabo!!! As regras não estarão já definidas? O aluno está lá para aprender! O professor para ensinar! O aluno tem de respeitar, incondicionalmente, o professor… partindo do principio que os professores respeitam os seus alunos! Serão necessárias mais regras???

Alunos e famílias sabem – bastará que leiam o Regulamento Interno dos Agrupamentos – as regras a cumprir dentro da escola, além das da boa educação e respeito pelos outros, que deverão ter sempre e em todo o lado!

O que significará “…adoptar uma atitude hostil perante a indisciplina é errado…”? Atitude hostil? Mas isso é opção perante a indisciplina de um aluno? A única possível e necessária é nem sequer admitir indisciplina na sala de aula…

Por causa deste tipo de artigos e conselhos é que os problemas nas salas de aula e nos espaços escolares se têm agravado! Ao tentar “chegar a acordo com os alunos para estabelecer regras…” estão apenas a permitir que os alunos se divirtam a quebrar essas regras… e os professores, para não serem hostis terão apenas de dizer: “vá lá meninos… se não se portarem bem o professor vai aborrecer-se… ou suicidar-se…”!

Paulo Gomes da Costa
2010.03.14


Nota: o artigo a que faço referência neste texto pode ser lido em:

12 de março de 2010

FASES… II

Uma notícia do jornal Público dá conta que um suicídio de um professor se deveu a problemas não resolvidos no seu local de trabalho: uma escola.

Naturalmente que foi fácil ouvir diversas declarações anónimas de professores alunos e encarregados de educação que indiciam a existência de problemas de violência dentro da escola onde leccionava o professor que se suicidou…

Estaremos já a passar da fase do “bullying” para uma nova (velha) fase? Da fase da violência dos alunos sobre alunos para a fase da violência dos alunos sobre os professores?

Já há alguns anos que se ouve falar da “violência” dos alunos sobre os professores. Bastará lembrar do mediático caso do “telemóvel” numa escola secundária do Porto.

Este tipo de violência foi até motivo para a criação de linha telefónica de ajuda aos professores: SOSProfessor, entretanto já extinta.

Mas passar da fase do “bullying” para a fase da “violência” sobre os professores é torcer um pouco o centro do problema. Até porque são problemas diferentes.

O bullying tem a ver com violência entre pares e entre um agressor mais velho e uma agredido mais jovem e, normalmente, fisicamente mais fraco… A violência dos alunos para com os professores tem a ver com a indisciplina que é permitida aos alunos dentro da sala de aula e com a incapacidade dos professores para lidar com essa indisciplina. Num grau bastante menor tem a ver também com os meios legais ao dispor das escolas e dos professores.

Recentrar o problema na indisciplina dos alunos sobre os professores a partir de um problema de “bullying” entre alunos, parece-me uma tentativa egoísta dos Sr.s Professores que teimam em querer ver apenas o seu próprio umbigo. A ser conseguida essa transferência de atenção seria voltar a ter uma fase em que os professores são o centro das atenções e os problemas dos alunos mais uma vez menorizados.

Penso que seria uma boa altura para muitos perceberem que alguns professores não têm efectivamente capacidade para se impor nas salas de aula, o que proporciona situações bastante desagradáveis para eles. E que muitas escolas não “gostam” de assumir estes problemas pensando, erradamente, que assumi-los seria um sinal de fraqueza.

Dizer que não há situações quando depois se vê que afinal até há casos a ser investigados pelas autoridades policiais ou pela comissão de protecção de crianças não é bom para a escola… Não fazer nada perante as queixas de um professor mostra cobardia em assumir a resolução dos problemas de um colega de trabalho.


Convém dizer que as escolas têm meios para resolver estas situações. Castigar de imediato os alunos e a possibilidade de mudar os horários dos professores em situações extremas… Dizer que não têm esses meios é esconderem-se dos problemas. Acontece ainda que os professores gostam de assumir publicamente estes problemas e as direcções das escolas também não se sentem “livres” para assumir atitudes que, sendo problemáticas, centram a atenção do ministério da educação e dos seus serviços – alem do interesse da comunicação social - nas suas escolas.

Por outro lado a recente hierarquização da gestão, com uma ligação muito directa ao ministério da educação – através da responsabilização directa dos directores pelo ministério – não ajuda à tomada de decisão. Os directores tendem a ver sempre “o machado sobre a sua cabeça”, aumentando a tensão e reduzindo a capacidade de decisão em casos mais delicados.

Chega de tanto medo… De Directores, de Professores e até de Pais e Encarregados de Educação! Chega do “virar as costas” aos problemas. É altura de enfrenta-los, seja na violência entre alunos, seja na manutenção da disciplina nas escolas. Meter os problemas amontoados num qualquer canto é como meter lixo num aterro sem qualquer tipo de selecção ou reciclagem!

Não cheira mal no momento mas vai trazer problemas no futuro próximo…

Paulo Gomes da Costa
2010.03.12

11 de março de 2010

FASES…

A “Educação” em Portugal deve ter algumas características similares às do crescimento das crianças, nomeadamente as vulgarmente denominadas “FASES”…

Estamos na fase do “Bullying”…

Nos últimos anos estivemos na fase da luta dos professores por um ECD melhor e por uma “avaliação de desempenho” no mínimo “diferente”, luta essa polvilhada por uns pozinhos de Estatuto do Aluno… Os alunos e tudo o que os envolve na escola tem estado algo longe de qualquer fase..

O problema é que as fases não são estanques nem deixam todas as outras características da educação em “pausa”. A educação será antes um conjunto de fases, onde em determinado momento uma delas ganhar sobressair em relação às outras. O que não deveria ser motivo para olharmos só para essa característica esquecendo as outras.

As fases no “sistema educativo” não são mais que um aspecto que ganha relevância sobre outros. O problema é que os meios de comunicação social e os “especialistas” passam uns tempos a dar atenção a essa característica como se ela fosse a única a merecer atenção e dela dependa o sucesso ou insucesso das escolas e da educação.

Hoje fala-se de “Bullying” porque, infelizmente, um caso entre muitos assumiu proporções mediáticas nos telejornais nacionais em todas as TV’s. Mas muitos acima referi, muitos outros assuntos seguem o seu percurso natural em paralelo com o “bullying”: a (in)disciplina das crianças nas salas de aula, a (in)disciplina em casa, os programas dos diferentes anos curriculares, a carga horária que as crianças têm de suportar na escola, os sistemas de avaliação de conhecimentos das crianças, os exames nacionais que elas têm de fazer, para além de todas as situações familiares envolvidas na educação de uma criança… Tudo isso não pára!

No que ao “bullying” diz respeito, as recentes políticas do Ministério da Educação têm agravado o problema. Ao aumentar o tempo de permanência das crianças nas escolas, sem criar qualquer estrutura adicional minimamente adequada que permitisse suportar o maior número de horas de cada criança na escola, aumentou a probabilidade destas situações acontecerem.

Paralelamente a este aumentar de horas de permanência da escola, muitas famílias foram “levadas a pensar” que é à escola que compete “educar” as crianças… A família servirá para… outras coisas! O facto é que muitas famílias desresponsabilizaram-se de acompanhar os filhos no dia-a-dia. E quando falo de “acompanhar” não falo de “ver” se a criança tem trabalhos escolares para fazer ou se já os fez, mas sim saber o que faz a criança na escola, nas aulas e nos tempos livres que tem, dentro e fora da escola. Muitos Pais e Encarregados de Educação, escudados atrás de argumentos que o governo usou – e que privilegiam a ideia que os Pais tem de trabalhar e por isso precisam que a escola “tome” conta das crianças – abandonaram completamente a responsabilidade de educar e acompanhar os seus filhos!

Este abandonar de responsabilidade, acompanhado pelas alterações menos adequadas ao Estatuto do Aluno e uma falta de cuidado dos professores na implementação da necessária disciplina, deixou a descoberto uma “folga” aproveitada por muitos alunos, que perceberam a possibilidade de “abusar” sem serem responsabilizadas pelos seus actos!

Mas estejam as causas do “bullying” ou da indisciplina na sala de aula dentro ou fora da escola, não podemos esquecer que as suas consequências se reflectem em primeiro lugar na escola. E se a escola pode resolver alguns desses problemas e respectivas consequências, outros há que não podem ser nunca permitidos dentro de uma escola. A indisciplina não pode ser permitida em nenhuma circunstância.

Dizer que as crianças que causam indisciplina dentro dos recintos escolares têm origem em famílias desestruturadas – ou de qualquer outro tipo - não pode ser aceite por ninguém como justificação! Nem pode existir complacência, acreditando que com a primeira desculpa virá a solução… Ao ser complacentes corremos o risco de passarmos a viver sob o signo da violência e numa selva onde a lei do fisicamente mais forte prevalece…

Não quero com isto dizer que a escola não colabore na resolução dos problemas que a afectam e que têm origem fora da escola. Mas deve ser apenas uma entidade a colaborar. Compete a muitas outras entidades liderar a sinalização dos problemas e a tentar a sua resolução.

Em qualquer dos casos a forma como se têm abordado os problemas da educação – por fases – impede ver os problemas como um todo e de pensar as soluções de forma abrangente e completa. Por outro lado a governação, ao ceder a critérios economicistas tem comprometido a melhor evolução das soluções. E isto não vai melhorar…

A que situação nos conduzirá tudo isto? Qual será a próxima fase?

No curto prazo poderá ser a Educação Sexual, problemas de ordem religiosa, o alcoolismo, ou a delinquência juvenil com reflexos imediatos no respeito pelo outro e pela propriedade alheia.

Se nada mudar… vai ser bonito vai!

Paulo Gomes da Costa
2010.03.11

8 de março de 2010

DIA INTERNACIONAL DA MULHER
8 DE MARÇO DE 2010

São tulipas, petunias e girassóis
Rosas bancas ou simples flor
Que exalam aromas cruzados
Numa planície de amor

Teus olhos, cor de suava mar
Salgados, como ondas
Esbatidas
Nos areais

Teus lábios vermelhos, de sabor a mel
Sensuais
Mostram beleza
Que irradias ao passar

São mães dos filhos que chegam
Filhas de outras, que existem
São elas a dádiva do ser
São o futuro, dos que ainda não vivem

Teus cabelos, longos, curtos
E únicos
Entrelaçam,
Como o vento do inverno

O teu corpo, esbelto
Qual esfinge de primavera,
Caminha, caminha,
Num mundo de poder, amor e guerra

São canteiros de lírios do céu
Jardins alegres de malmequeres
Corações de sorrisos, que amamos
São tudo, são “MULHERES”.


A. Boleto Fonseca
2003.03.08

22 de fevereiro de 2010

O PATRANHEIRO


Consultado o dicionário da língua portuguesa, tomamos o significado de patranheiro, nem mais, significa mentiroso, nem de propósito.


Depois de ouvir um ilustre com canudo e tudo, que achava que Portugal era um deserto para lá do Tejo, dizer que o primeiríssimo é alvo de uma patranha, curioso fiquei em saber tal significado.


E não é verdade que é mesmo! Patranha significa mentiroso. Depois de todos sabermos que se formou via fax, de durante quatro anos nos iludir com promessas vãs, continuamos a aguardar que uma notícia saia nos média, em que pelo meio não ande por lá uma patranha, ando mais calmo e sereno. Ficamos, ou talvez não.


Ora hoje, ontem e amanhã, nunca saberei nada de nada, sobre o que se passa no país. As notícias dizem-nos que ele é especialista na mentira. Que mente, volta a mentir. Ok, mentiu mais uma vez.


Dizia ele que no país a crise não entrava, e em crise entrou, mais tarde que já tinha saído da tal, afinal por lá se mantém, terminando com ameaças da tal se não por ele forem, mas contra ele serem.


De escuta em escuta nos apercebemos das diabruras de tal estadista. Já nada nos espanta.


Espanta os seus correligionários seguidistas que para defenderem o seu “laboro”, conhecendo as realidades, continuam a prestar vassalagem a quem já o reino perdeu. Mas isto são lamechices, patranhas ou desertos e seus pregadores.


Esperamos uns meses e lá saiu o rol de despesas, com ameaças sobre as ilhas a preceito e mais despesas por lá virão. Continuaremos a ter empresas a fechar, impostos a aumentar mesmo que digam o contrário, desemprego a aumentar, poder de compra a perecer, subsídios a jubilados insuficientes, mas a bem da nação euritos haverá sempre para o rendimento de inserção. Inserção? Não! Aqueles.


Sobre trabalhar a terra nada, apenas está feito, eu fiz e ninguém me pediu. Novidades para os nossos alunos, nada, excepto o acordo com os professores, mas isso não são educação, mas sim entendimento entre patrão e empregado. Justiça, a vergonha do país, acabem com ela porque o que está a acontecer, é tudo ao monte e….o supremo e o geral, nem leram, não querem perder e toca a mandar as tais arder. Ainda bem que alguém se esmerou guardando-as para agora as conhecermos. De empregos já falamos, Cultura, que é isso, intelectuais? Não nos apoiam, pois então, assim ficam. Na Defesa, o caso são os submarinos e nem a costa defendem. Na Administração Interna os defensores do povo só atrapalham e o que é preciso é não escutar, ou será escutar? No Ambiente, se não fossem as eólicas nem se sabia que existia tal. Vá lá que o estrangeiro está imune, pelo menos parece. E assim vai a composição governamental dum país que não está em crise. Não está? Não, diz o primeiríssimo e seguidores.


E os que saíram? Ranho e baba à espera de um lugarzito. Talvez para substituírem aqueles que “encornaram” o outro.


E nós, povo, cá estamos, estaremos alegres e satisfeitos sem o metal para viver, e acreditando que acreditamos em tamanhas patranhas. Mais, agora convencidos estamos, depois de quatro meses, o primeiríssimo ter dito que ia governar.


Afinal o que andou ele a fazer este tempo todo? Alô…Escuto…escutas?


A. Boleto Fonseca

2010.02.15

5 de novembro de 2009

VIERAM AS CHUVAS

Novembro chegou, e tal como prometido cá estou.

Nova vida, novo ano, novo (velho) governo, mesmo presidente e por aí adiante…

Neste hiato, não deixei de dar a minha opinião, mas não com a frequência habitual.

Agora com mais tempo regresso e na verdade algo de não novo aconteceu. Eu sei, eu sei, houvera três actos eleitorais, mais algumas zangas partidárias, a calamidade que se aproxima cada vez mais com o h1n1, e se tentou abafar nestes tempos, e que agora já se alastra em demasia e se começa a verificar que o tempo que mediou desde o seu inicio, as prevenções, os planos de acção começam a colocarem-se em causa. Exemplo disso são umas determinadas zonas do país onde a calamidade é enorme, e os srs., entendidos acham que é necessária a vacinação a duendes e não a doentes, com excepção das pessoas de maior risco. E isto do risco ainda estou para perceber porque razão são de risco polícias e deputados e as crianças não, quando sabemos que normalmente têm menos cuidado com as precauções. Politicas da nossa política, ou vidas do quotidiano.

E nestas vidas quotidianas, com o sobressalto da gripe A, ainda com as expectativas, (será que há expectativas?) do novo velho governo, preparamo-nos para as festas natalícias. É cedo dizem uns, outros dirão que não. E nesses me incluo. O povo está sem euritos, o patronato diz que não pode aumentar os salários em 80 cêntimos por dia, àqueles que menos ganham, mas que lhe produzem a sua riqueza, outros levam um pontapé no traseiro e andam à boa vida o dia inteiro. Dizem as estatísticas que há 9.3 % de desempregados, eu sou mais comedido devem ser acima dos 10%.

Não há emprego, trabalho, como lhe queiram chamar, e, se o há eles não aceitam.

Notem, “meu caro se pudesse mandar embora mais algum, e vem você pedir-me emprego?”. Claro que este empresário é dos que só sabem usurpar com o esforço e dedicação daqueles, que já nem exigir os seus direitos podem, caso contrário sujeitam-se a irem para o desemprego. Assim vai a vida de quem trabalha, e não.

Num país onde 30% da população vive em pobreza constante e sem avistar a tal “luz ao fundo do túnel”, quase 50% não quis eleger este governo ou outro qualquer.

Mas lá tomou posse, “com pompa e circunstancia”, lá mandaram uns “bitaites” um ao outro, mas soluções… oh meu queres ser meu aliado, oh meu, que tal fazermos aqui uma panelinha, umas tripas à moda do porto, não, não, prefiro rojões à minhota, é azar agora não temos aquele do sarrabulho, vai ser complicado. E que tal umas amêijoas à Bolhão Pato, já para não dizer um leitãozinho da Bairrada acompanhado com aquela pinga da região. Não vai não, diz o outro que agora vai pôr a tropa em ordem. Tropas aqui são as forças de segurança. Nós seguimos o nosso caminho eles não o podem bloquear. Não podem. Não. Vê lá, se o fizerem são os culpados de não continuarmos com as nossas afrontas. Topas. É que eu sou do norte pá. E vou resolver a questão dos submarinos. Ai vai, vou.

Lá continua o PSP, tão bem falante como o seu primeiro Pinto de Sousa, acho que frequentaram a mesma explicadora em aulas de etiqueta e boas maneiras, assim como bons usos e costumes, o das palavras esquisitas, o intelectual das barbas grisalhas, o cabelo rapado que nos esfola tudo o que temos e não temos, a bem mal dizer é tudo igual. Já dizia o democrata, já não vivemos, vamos morrendo calma e lentamente com estes políticos, referindo-se à ditadura.

Mais indícios de corrupção, são as faces escondidas, os semáforos intermitentes, o homem da prevenção rodoviária de á uns anos, metido noutra, é a sucata ou ferro velho, como bem se dizia no filme Fantasma da Ópera, os arranjinhos para esconder os responsáveis dos empreendimentos em segredo de justiça, é o não assumir as responsabilidades de estarmos com uma divida externa como nunca, o desemprego que existe, e vem um tal de Pinto de Sousa criar um ministério de trabalho. Mas onde é que há trabalho. Digam-me. Só se for para legalmente dar o seu aval ao fecho de mais empresas. Elas fecham umas atrás das outras, é só a aumentar a taxa de desemprego. Vá lá, colocou lá uma sindicalista, para mim foi para lhe fazer a cama. Olha quem ele é. É da família daqueles primos todos que dizem que não se conhecem, mas que as reportagens de diversas tvs, afirmam que levaram algum com o negócio de Alcochete. Será?

Mas há um da solidariedade, é pá tá difícil, eu mando aí uma psicóloga, um psiquiatra, (mas daqueles que já estão no quadro, não pensem que vão admitir novos profissionais, nada disso, não tenham ilusões), e vamos ver o que se consegue. Um tipo desabafa, precisava duns euritos, não, isso não. Não há trabalho. Candidata-te ao RMI ou RIS, ou lá como se chama. Sei lá. Tenta, pode ser que dê. Dá? Dá, de certeza, és daqueles que te propuseram trabalho e não aceitaste, vais receber. Isto é o nosso Estado, é assim que funciona. AaaaaaaaaaaaaaaaaaH!!!!

Como será que vamos sair deste profundo poço que é a crise e fazer obras faraónicas se não temos vintém. Como diz o outro um vintém é um vintém e um cretino é um cretino, por muito que os pintem com as cores da Benetton, e está dito.
E a educação, e a justiça, e as obras públicas, e a cultura, e o emprego, e a agricultura. Uns saíram, outros lá entraram e que é das politicas. Ah, esquecia, estamos perto do Natal.

Continua-se a viver, entre pobreza, riqueza e uns arranjinhos.

Não haverá por aí alguém que me queira contactar? Mas só se não for descoberto!

A. Boleto Fonseca
2009.11.01

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30 de outubro de 2009

O CROISSANT E O IDIOT

Ingredientes

1 xícara (chá) de leite, 1 tablete (15grs) de fermento para pão, 2 colheres (sopa) de manteiga ou margarina, 2 colheres (sopa) de açúcar, 1 colher (chá) de sal, 1 colher (chá) de casca de limão ralada, 2 ovos, 4 a 5 xícaras (chá) de farinha de trigo, Manteiga para untar, Farinha de trigo para polvilhar, 1 pacote de manteiga (200grs).

O trabalho sem trabalho.

Ferva o leite e deixe amornar.

Porque alguém no seu vocabulário patronal, considera que mais do que a produtividade, competência, profissionalismo.

Quando estiver quase frio, dissolva o fermento em 1/2 xícara (chá) de água morna e misture com o leite.

Entende que reduzir custos sem fazer contas é o mas vantajoso.

Acrescente a manteiga ou margarina, o açúcar, o sal, a casca de limão, 2 ovos e bata bem.

Não interessa que a) + b), sejam incompetentes e nada produzam,

Junte 2 1/2 xícaras (chá) de farinha e misture.

Que c) + d), estejam mais tempo ausentes do que no local de trabalho,

Vá acrescentando o restante da farinha aos poucos e amassando até que a massa fique uniforme e maleável.

E não interessa saber nada de nada do que se vai passando na linha de produtividade,

Faça uma bola com ela e coloque numa tigela untada.

Nem se o resultado final está de acordo com as normas impostas por lei.

Vire para untar do outro lado.

Nada disso interessa.

Cubra e deixe crescer por 1 hora.

Apenas é preciso reduzir custos.

Abaixe a massa, cubra e leve à geladeira por mais 1 hora.

Então, elenca-se o numero de empregados os seus vencimentos e zás, estes ganham mais, são estes que vão sair.

Abaixe a massa novamente.

Não há mais critérios.

Abra-a com o rolo sobre uma superfície ligeiramente polvilhada, formando um rectângulo.

Assim age um responsável idiot ou imbécile.

Espalhe 1/3 da manteiga, dobre a massa em três partes e abra novamente.

Gira o mundo estupefacto, e boquiaberto com tamanha imbecilidade.

Repita a operação mais duas vezes, até terminar a manteiga.

Mésmo que queirra dizerr que o avo gado que falou o inforrma de que les autres son coincé.

Leve novamente à geladeira e deixe crescer por mais 1 hora.

Ele é coincé.

Abra a massa e corte em triângulos.

Ok. Tudo em ordem, nunca mais te quero ver.

Faça os croissants:

Ou como dizem os franceses, nous sommes quittes, alors.

Enrole os triângulos começando pela parte mais larga.

Et voilá.

Leve à geladeira e deixe por mais 30 minutos.

Et voilá.

Coloque os croissants numa assadeira sem untar e asse em forno quente por uns 15 minutos, ou até que dourem e fiquem crocantes.

E cada qual foi comer o seu croissant acabadinho de sair do forno.
Cuidado Sr. Fazedor de croissants, qualquer dia aparrech aí alguém para lhe prroporr um acord mutu e vai destach arrá melhorr.
Mas mantenha-se profissional. È a sua marca, a sua bandeira.

Receita de Isabel Cristina “Culinaria-receitas”

A. Boleto Fonseca
2009.10.30

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